Morreu o violoncelista russo Mstislav Rostropovitch
O presidente russo Vladimir Putin, citado pelo Diário Digital, considerou a morte do violoncelista como “uma perda para a cultura russa”. O parlamento russo prestou-lhe homenagem com um minuto de silêncio.
No passado mês de Março, Putin havia condecorado o músico com uma medalha de mérito, pois considerava-o um “violoncelista brilhante e um maestro talentoso", bem como, um "convicto defensor dos direitos humanos".
A data do funeral não foi ainda divulgada, no entanto, sabe-se que Rostropovitch será sepultado no cemitério do Convento de Novodevitch, o mesmo onde foi sepultado Boris Ieltsin, primeiro Presidente da Rússia e seu amigo.
Uma vida dedicada à música e aos direitos humanos
Mstislav Rostropovitch nasceu a 27 de Março de 1927, na cidade de Baku, perto do Mar Cáspio. Filho de uma pianista e de um famoso violoncelista, cedo iniciou os seus estudos musicais. Tinha quatro anos. Entrou, mais tarde, no Conservatório de Música de Moscovo, onde estudou composição com Prokofiev e Shostakovitch.
Em 1945 o seu talento era já evidente, acabando por receber uma medalha de ouro na primeira competição para jovens músicos organizada na União Soviética. Rostropovitch tornou-se, então, uma das figuras que mais se destacava no panorama musical, inspirando violoncelistas, compositores e público.
Contudo, isto não impediu que as autoridades soviéticas lhe retirassem a cidadania após se ter exilado, em 1974, junto com a sua mulher - a soprano Galina Vishnevskaya -, devido às posições que tomou contra o regime comunista e à sua luta pela liberdade de expressão dos artistas. A cidadania só seria recuperada em 1990.
O exílio acabaria por catapultá-lo para o reconhecimento internacional. Dirigiu a Orquestra Sinfónica Nacional de Washington, a Orquestra Sinfónica de Boston, a Orquestra Sinfónica de Londres e a Filarmónica de Berlim.
Recebeu vários prémios ao longo da sua carreira, dos quais se destacam o Albert Schweitzer Music Award e o Ernst von Siemens Foundation Music Prize, que só tinham sido obtidos por Benjamin Britten e Olivier Messiaen.