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"O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz" Aristóteles

sexta-feira, abril 27, 2007

Morreu o violoncelista russo Mstislav Rostropovitch

Faleceu hoje, em Moscovo, aquele que foi considerado o maior violoncelista da segunda metade do século XX. Mstislav Rostropovitch tinha 80 anos e estava doente há vários meses na sequência de complicações provocadas por uma intervenção cirúrgica, tendo sido internado várias vezes.

O presidente russo Vladimir Putin, citado pelo Diário Digital, considerou a morte do violoncelista como “uma perda para a cultura russa”. O parlamento russo prestou-lhe homenagem com um minuto de silêncio.

No passado mês de Março, Putin havia condecorado o músico com uma medalha de mérito, pois considerava-o um “violoncelista brilhante e um maestro talentoso", bem como, um "convicto defensor dos direitos humanos".

A data do funeral não foi ainda divulgada, no entanto, sabe-se que Rostropovitch será sepultado no cemitério do Convento de Novodevitch, o mesmo onde foi sepultado Boris Ieltsin, primeiro Presidente da Rússia e seu amigo.


Uma vida dedicada à música e aos direitos humanos

Mstislav Rostropovitch nasceu a 27 de Março de 1927, na cidade de Baku, perto do Mar Cáspio. Filho de uma pianista e de um famoso violoncelista, cedo iniciou os seus estudos musicais. Tinha quatro anos. Entrou, mais tarde, no Conservatório de Música de Moscovo, onde estudou composição com Prokofiev e Shostakovitch.

Em 1945 o seu talento era já evidente, acabando por receber uma medalha de ouro na primeira competição para jovens músicos organizada na União Soviética. Rostropovitch tornou-se, então, uma das figuras que mais se destacava no panorama musical, inspirando violoncelistas, compositores e público.

Contudo, isto não impediu que as autoridades soviéticas lhe retirassem a cidadania após se ter exilado, em 1974, junto com a sua mulher - a soprano Galina Vishnevskaya -, devido às posições que tomou contra o regime comunista e à sua luta pela liberdade de expressão dos artistas. A cidadania só seria recuperada em 1990.

O exílio acabaria por catapultá-lo para o reconhecimento internacional. Dirigiu a Orquestra Sinfónica Nacional de Washington, a Orquestra Sinfónica de Boston, a Orquestra Sinfónica de Londres e a Filarmónica de Berlim.

Recebeu vários prémios ao longo da sua carreira, dos quais se destacam o Albert Schweitzer Music Award e o Ernst von Siemens Foundation Music Prize, que só tinham sido obtidos por Benjamin Britten e Olivier Messiaen.
Foi também condecorado e distinguido em cerca de trinta países, recebendo o título de Cavaleiro da Ordem do Império Britânico e Cavaleiro da Legião de Honra da França.
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Texto editado em ComumOnline

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