Televisão inteligente é primordial
José Peréz-Tornero marca presença em conferência promovida pela Universidade do Minho, sob o tema "A dimensão educativa da televisão na era digital", realizada na passada quinta-feira. O professor catedrático da Universidade Autónoma de Barcelona defende a existência de uma televisão cada vez mais inteligente e educativa.
Peréz-Tornero afirma que a televisão é um meio fortemente influenciador, daí que seja extremamente importante potenciar o que de melhor a era digital nos tem para oferecer.
É necessário fazer uma televisão menos "tonta" em termos de interactividade, promovendo uma "cidadania mais participativa, mais activa". Para tal, é essencial acompanhar e fomentar a alfabetização digital, trabalho que o próprio tem vindo a desenvolver.
É necessário fazer uma televisão menos "tonta" em termos de interactividade, promovendo uma "cidadania mais participativa, mais activa". Para tal, é essencial acompanhar e fomentar a alfabetização digital, trabalho que o próprio tem vindo a desenvolver.
O também vice-presidente da AITED (Associação Internacional de Televisões de Educação e Descoberta) compara a mudança registada na televisão com as mudanças climatéricas.
Ambas são derivadas dos acertos, mas também dos erros da humanidade. Peréz-Tornero defende que o grande erro da mudança televisiva é esta centrar-se mais na tecnologia e não tanto na vertente humana, pois os efeitos sociais da TV são negligenciados.
O investigador apresentou ainda dois paradigmas televisivos. O primeiro consiste na comunicação massiva, centrada nos públicos nacionais, enquanto que o outro modelo compreende a era do digital.
"Há cada vez mais gente a ver TV, mas cada vez menos se vê um só canal. Quanto mais dinheiro se tem, mais jovem se é, menos TV se consome", considera o professor.
O tempo de conexão mediático entre os jovens está em constante crescimento, como sublinha: "O adolescente está sempre disponível para o outro. Este outro é virtual".
A audiência mostra-se fragmentária, distraída, e como tal a tendência é para fazer uma televisão que conquiste todos os espaços possíveis.
A solução passa pela criação de "eventos transversais ao meio, com os reality-shows à cabeça, apostando na informação contínua, mais explicativa e participativa". É fulcral que "os operadores aumentem o investimento na Internet, tenham mais produção própria, e dupliquem as horas dos programas educativos".
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