PiMeNTa_na_LíNGua

"O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz" Aristóteles

sábado, outubro 28, 2006

Reencontro de rivais


Lotação esgotada no Dragão. Porto pode contar com Anderson. Benfica sem Micolli.


À oitava jornada da Liga Bwin, os eternos rivais F. C. do Porto e S. L. Benfica defrontam-se num encontro arbitrado por Lucílio Baptista. Nos bastidores do clássico, o espectáculo já começou com a não cedência de ingressos por parte do FC Porto ao Benfica. No entanto, a bola só começará a rolar hoje às 19.45h, no estádio do Dragão. Se ganharem os portistas passam a liderar a tabela classificativa, contudo, as águias estão a apenas 3 pontos e têm um jogo por disputar.
A jogar em casa, o FCP deseja apenas a vitória. Em 170 jogos realizados, os nortenhos têm 2 vitórias de avanço, mas os lisboetas querem diminuir essa distância e ficar com os 3 pontos. Esta tarefa não será fácil uma vez que, os encarnados não poderão contar com o castigado Miccoli. Por outro lado, na equipa portista será certa a presença do jovem prodígio Anderson, que poderá ser importante para a construção do jogo ofensivo dos azuis e brancos.
O técnico Jesualdo Ferreira afirmou que a equipa azul é a favorita, uma vez que “somos os campeões em título, actuamos em casa e vamos ter um Dragão completamente cheio”. Fernando Santos também admitiu que os azuis são favoritos, no entanto lembrou que os seus jogadores “vão lutar em campo com uma atitude de vencedores". Os dois treinadores irão reencontrar equipas que já treinaram. Fernando Santos levou os azuis à conquista do penta em 1999 e Jesualdo Ferreira treinou os encarnados pela última vez em 2001.

Rivalidades à parte, espera-se que quando soar o apito do árbitro, os artistas da bola iniciem um clássico que seja um bom espectáculo, com emoções ao rubro e “sem casos”, tal como referiu o treinador dos vermelhos.

sexta-feira, outubro 27, 2006

“Perfume”: do livro às salas de cinema


“Perfume” é novo filme do escritor alemão Tom Tykwer e é, já a 9 de Novembro, que o poderemos ver nas salas de cinema em Portugal. Este é um filme baseado no best-seller do alemão Patrick Süskind que, é recordista de vendas na Alemanha do período pós-guerra, com mais de 15 milhões de cópias esgotadas e completamente popularizado em todo o Mundo.
Para protagonista, Tom Tykwer, escolheu o actor britânico Ben Wisham, que viverá o papel do assassino Jean-Baptiste Grenouille. O actor é membro da RADA, a Royal Academy of Dramatic Art, e para além de possuir uma vasta experiência em teatro, passou por alguns projectos no cinema, como o inédito Enduring Love.
Jean-Baptiste Grenouille, é um francês que nasceu sem cheiro próprio, mas com o olfacto apuradíssimo, o que leva sociedade a encará-lo com um misto de indiferença e horror. Contudo, rapidamente aprende a manipular perfumes e começa a capturar vários odores, em busca do que ele venha a considerar o perfeito. É desta forma que a drama adensa-se quando Grenouille fica obcecado com um único perfume: o perfume de uma bela e jovem virgem.
O filme conta ainda, nos principais papéis, com Dustin Hoffman (Guiseppe Baldini), Alan Rickman (Antoine Richis) e Rachel Hurd-Wood (Laura).

Cirurgia de Parkinson melhora qualidade de vida dos doentes


De seu nome científico, Estimulação do Núcleo Subtalánico, realizada pela primeira vez em Portugal em Outubro de 2002 no Hospital S. João no Porto, a cirurgia da doença de Parkinson tem tido um enorme sucesso (cerca de 65%) a nível de recuperação e independência que devolve aos seus doentes.

A doença de Parkinson é um distúrbio da função motora caracterizado principalmente por uma diminuição dos movimentos voluntários e involuntários, por rigidez muscular e/ou trémulo. É causada pela falta de um tipo particular de células do cérebro. É a falta de um mediador químico, chamado dopamina que provoca os sintomas. É uma doença caracterizada por ritmos/fases existindo alturas em que o doente se encontra em “off” (palavra utilizada na gíria médica), ou seja são momentos em que a mobilidade do doente fica quase nula.
Segundo o enfermeiro Carlos Rodrigues, a trabalhar no serviço de neurocirurgia no hospital de S. João, há aproximadamente um ano, o custo social desta doença é enorme. A limitação ou incapacidade que este tipo de doença impõe aos doentes tem um custo familiar elevado pois tornam-se incapazes de realizar tarefas básicas tais como, alimentar-se vestir-se, etc.
A cirurgia da doença de Parkinson é considerada muito dispendiosa em termos de recursos humanos pois, para a sua realização é necessária uma vasta equipa composta por neurocirurgiões, enfermeiros, neurologistas, psicólogos, fisioterapeutas e pnemologistas. A cirurgia dura entre quatro a cinco permanecendo o doente acordado durante este período, de forma a, colaborar com a equipa médica. Alguns dos doentes, afirma Carlos Rodrigues, não conseguem aguentar a cirurgia por completo pois esta é muito exigente do ponto de vista físico e psicológico.
Estima-se que esta doença atinja cerca de 2% a 3% da população o que representa entre dez a vinte mil pessoas, maioritariamente com mais de 50 anos e do sexo masculino. Até Outubro de 2005 foram operados no serviço de neurocirurgia do hospital de S. João no Porto, segundo a fonte, cerca de 35 doentes, mas neste momento estima-se que já tenham sido operados 65.
Cada cirurgia custa entre 20 mil a 25 mil euros, no entanto estima-se que entre quatro a cinco anos este investimento seja retornado pela diminuição dos gastos da medicação crónica, no entanto não pode ser aplicada a todos os doentes pois há alguns critérios a respeitar (idade, outras doenças, etc.) o que faz com que esta cirurgia possa abranger apenas cerca de 5%a 10% da população parkinsonica.
O princípio cirúrgico da doença de Parkinson, segundo Carlos Rodrigues, está a ser alargado a outro tipo de doença neurológica, nomeadamente ao tremor essencial, que foi realizada pela primeira vez em Portugal, em Setembro deste ano, com sucesso. Esta cirurgia, designada de estimulação cerebral profunda, consiste na colocação de uns estimuladores a nível cerebral ligados a uma bateria, a qual fica definitivamente alojada no peito. Essa bateria gere os impulsos transmitidos aos estimuladores assemelhando-se, deste modo, à cirurgia de Parkinson.
Este tipo de cirurgia tem conseguido contribuir para uma maior independência dos doentes em actividades de vida diária, permitindo, assim, uma melhoria significativa da qualidade de vida.

Muhammad Yunnus e o banco Grammen vencem Nobel da Paz

O economista , Muhammed Yunnus e o banco Grammen foram os laureados, este ano, com o prémio Nobel da paz, pelo empenho na criação de desenvolvimento económico e social através da concessão de microcréditos.
Yunnus, de 66 anos, formou-se em economia nos Estados Unidos da América. Regressou ao seu país de origem, o Bangladesh, para ser professor universitário e responsável do Departamento de Economia da Universidade de Chittagong. Defensor da ideia de que a economia por si mesma não resolveria o problema da pobreza, cria em 1983 o Grammen Bank( “banco das aldeias”), com o objectivo de conceder pequenos empréstimos a pessoas pobres, em países em desenvolvimento. Ao revolucionar a ideia de banca tradicional, Muhammad Yunnus transforma o microcrédito numa arma contra a pobreza.
O banco Grammen tem, actualmente, cerca de 6 milhões de utilizadores sendo que, 97% dos mesmos são mulheres. O microcrédito permite uma emancipação das mulheres, uma autonomia sobre as suas vidas, muito difícil nos países islâmicos.
O banco conta também com uma taxa de recuperação de crédito de 98 %, o que é um valor impressionante, pelo facto de, aqueles a quem é concedido crédito, serem pessoas que vivem em condições de extrema pobreza. De forma a assegurar a devolução dos empréstimos, o banco criou um sistema a partir do qual as pessoas que pretendam pedir um crédito se juntem em pequenos grupos (“grupos de solidariedade”) onde são incentivadas a acompanhar as solicitações umas das outras. Se um elemento do grupo não paga o seu crédito, o empréstimo de todo o grupo é suspenso.
Mohammad Yunnus diz-se “encantado” por ter recebido este prémio, e revela ter o sonho de em 2050 “ver um mundo sem pobreza”. Ao mesmo tempo, refere que, usará o prémio recebido (cerca de 1 milhão de euros), para encontrar mais formas inovadoras de colocar pessoas sem condições financeiras no mercado.

terça-feira, outubro 24, 2006

Celebrações manchadas pela revolta


Dia de protestos anti-governamentais acaba com mais de cem feridos, em Budapeste, Hungria.

No dia em que se comemorava o 50º aniversário da revolta popular de 1956, contra a invasão soviética, a festa deu lugar a violentas revoltas, resultando inúmeras detenções e feridos.
Milhares de pessoas saíram à rua para exigir a demissão do primeiro-ministro socialista, Ferenc Gyurcsany, o qual admitiu ter mentido, no passado dia 27 de Setembro, sobre a real situação económica do país, de forma a ser reeleito em Abril.
Os manifestantes eram constituídos por elementos da Extrema-Direita - que afirmavam querer ser os verdadeiros herdeiros da revolução de 1956 - e da Direita, representada maioritariamente pelo partido da oposição de maior relevo, o Fidesz.
Vários primeiros-ministros e 18 chefes de Estado marcaram presença nas festividades, destacando o presidente luso, Cavaco Silva e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Devido a esta assistência ilustre, a polícia conseguiu evitar grandes manifestações utilizando métodos moderados, enquanto as celebrações oficiais decorriam.
No entanto, ainda antes do início da última cerimónia oficial, a situação ganhou novos contornos. Gás lacrimogéneo, balas de borracha e jactos de tinta saídos de tanques, foram lançados por cerca de dois mil polícias. Os manifestantes reagiam colocando no meio da rua grades, que tinham sido utilizadas para isolar as zonas dos hotéis, onde estavam instaladas as delegações internacionais. Outros provocavam as autoridades, ora pelas suas atitudes desafiadoras, ora pela utilização indevida de objectos retirados do local, como placas de obras ou gigantescas letras, em esferovite, extraídas de uma composição alusiva à revolução.
Ao início da noite os ânimos estavam já mais calmos.
O chefe de Governo húngaro minimiza a importância dos protestos e elogia o desempenho da polícia.