Celebrações manchadas pela revolta
Dia de protestos anti-governamentais acaba com mais de cem feridos, em Budapeste, Hungria.
No dia em que se comemorava o 50º aniversário da revolta popular de 1956, contra a invasão soviética, a festa deu lugar a violentas revoltas, resultando inúmeras detenções e feridos.
Milhares de pessoas saíram à rua para exigir a demissão do primeiro-ministro socialista, Ferenc Gyurcsany, o qual admitiu ter mentido, no passado dia 27 de Setembro, sobre a real situação económica do país, de forma a ser reeleito em Abril.
Os manifestantes eram constituídos por elementos da Extrema-Direita - que afirmavam querer ser os verdadeiros herdeiros da revolução de 1956 - e da Direita, representada maioritariamente pelo partido da oposição de maior relevo, o Fidesz.
Vários primeiros-ministros e 18 chefes de Estado marcaram presença nas festividades, destacando o presidente luso, Cavaco Silva e o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Devido a esta assistência ilustre, a polícia conseguiu evitar grandes manifestações utilizando métodos moderados, enquanto as celebrações oficiais decorriam.
No entanto, ainda antes do início da última cerimónia oficial, a situação ganhou novos contornos. Gás lacrimogéneo, balas de borracha e jactos de tinta saídos de tanques, foram lançados por cerca de dois mil polícias. Os manifestantes reagiam colocando no meio da rua grades, que tinham sido utilizadas para isolar as zonas dos hotéis, onde estavam instaladas as delegações internacionais. Outros provocavam as autoridades, ora pelas suas atitudes desafiadoras, ora pela utilização indevida de objectos retirados do local, como placas de obras ou gigantescas letras, em esferovite, extraídas de uma composição alusiva à revolução.
Ao início da noite os ânimos estavam já mais calmos.
O chefe de Governo húngaro minimiza a importância dos protestos e elogia o desempenho da polícia.
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