Violência entre alunos é um problema cada vez mais grave e comum.
«Bullying pode levar ao suicídio»


Absentismo escolar, perda de apetite, baixa auto – estima, súbitas mudanças de humor, pesadelos, stress, ansiedade, depressão e abuso de álcool e drogas são alguns dos principais sinais evidenciados pelas vítimas de bullying.

Curtis Taylor, estudava no oitavo ano, numa escola em Iowa, nos Estados Unidos. Vítima de bullying durante três anos consecutivos, não aguentou o sofrimento e a humilhação, acabando por se suicidar a 21 de Março de 1993.
Este não foi um caso isolado. O bullying é uma realidade de todas as escolas, e as portuguesas não são excepção. A professora e investigadora do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, Beatriz Pereira, afirma terem existido casos de bullying continuado que levaram à morte de jovens no nosso país, apesar de não serem assumidos como tal.
«O bullying gera um sofrimento enorme, continuado, vivido em silêncio, pois em 50% dos casos as vítimas nada dizem, nem aos professores, nem aos pais. E, dependendo da situação, a intimidação pode levar ao suicídio ou originar actos de loucura, dado que a vitima já não aguenta mais a agressão constante», explica.
O bullying compreende todas as atitudes agressivas, intencionais e repetidas que ocorrem sem motivação evidente, adoptadas por um ou mais estudantes contra outros. O professor do departamento de Ciências da Educação da Universidade de Aveiro, Alexandre Ventura, atesta, existir sempre uma relação desigual de poder entre o agressor e a sua vítima, sendo normalmente, o agressor mais velho e mais forte.
Roubar, insultar, chantagear, ameaçar ou agredir fisicamente, são algumas das formas de intimidação praticadas pelos agressores, e acontecem normalmente nos recreios das escolas, locais onde a supervisão adulta é mínima ou inexistente.
«Portugal tem de estar atento para evitar chegar ao ponto a que chegámos com o massacre de Columbine. Para isso, deve fazer uma campanha contra a violência das escolas», adverte, o especialista norte – americano em educação, Allan Beane.
Nos anos 1900, os Estados Unidos da América viveram uma epidemia de tiroteios nas escolas, dos quais o mais notório foi o massacre de Columbine. Dois alunos que se diziam vítimas de bullying entraram numa escola e, mataram 12 colegas e um professor.