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"O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz" Aristóteles

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Chineses utilizam cada vez mais a Internet para afogar as suas mágoas


Proliferação de páginas na Internet onde os utilizadores deixam todo o tipo de lamentos ou protestos é o novo fenómeno chinês. “Muralha do Ódio” é apenas um exemplo.

Nestas páginas, sob a assinatura do anonimato, sem preço e sem medo de represálias, os internautas chineses encontram o local ideal para expressar as suas mágoas ou sentimentos.
Tudo é permitido dizer, mensagens mais ou menos explícitas, mais ou menos pessoais. Desde dizer mal do governo, passando por queixas contra os pais, o emprego, lamentos acerca de amores não correspondidos, fracassos amorosos, desabafos de ódio contra ladrões e até amaldiçoar professores.
O objectivo é fazer com que os chineses descomprimam ou até mesmo que encontrem a solidariedade de grupo.

O debate sobre o conteúdo ético e legal não tardou a chegar, sendo cada vez maior dentro e fora da Internet.
Dai Wei, o porta-voz da Sociedade Internet da China, já declarou à imprensa que a organização não tem autoridade nem interesse em regular os portais.
No entanto, afirmou que espera que os utilizadores das páginas mostrem alguma autodisciplina. Lembrou ainda que escrever notas injuriosas e difamatórias a indivíduos identificáveis pode levar a processos judiciais de difamação e calúnia.
De recordar que em 2005, as autoridades chinesas fecharam mais de duas mil páginas na Internet, por as considerarem impróprias, e exercem um controlo e censura constantes aos servidores de e-mail, blogues e motores de busca.

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